ROGUE AGENT
Embora variem os comentários sobre este filme, a maioria o coloca entre os patamares de médio e bom. Discordo dessas avaliações, pois para mim o filme está além disso, ficando entre “muito bom” e “ótimo”, se é que os dois conceitos não são sinônimos. É uma história muito interessante, baseada em fatos reais (já sabemos isso de início), envolvendo questões vinculadas ao IRA (Exército Republicano Irlandês) e ao MI5 (Serviço Secreto Britânico), que nos anos 90, surpreendentemente, recrutou espiões autônomos (free lancers) para investigar terroristas. Podemos dizer que o filme é um drama com suspense envolvendo espionagem e sua construção, bastante bem elaborada, apresenta alguns interessantes mistérios, que serão acompanhados atentamente e ao seu tempo desvendados pelo intrigado espectador. Por isso, qualquer spoiler aqui estragaria boa parte do filme. O roteiro é denso e exige um pouco de atenção, iniciando com uma sutil primeira cena, na qual já se apresenta um perfil dos espiões, pela narrativa de Alice, personagem de Gemma Arterton (Príncipe da Pérsia, O retorno de Tamara, João e Maria), que está cada vez melhor como atriz mais madura. Mas quem faz com muita propriedade um personagem bastante complexo é o ator James Norton (Mr Jones – A sombra de Stalin, Guerra e paz), que dá um show. Mais detalhes poderão estragar as surpresas, recomendando-se inclusive não se ler qualquer sinopse, pois as pessoas que as fazem não tem a mínima sensibilidade ou pudor quanto a revelar segredos importantes do filme. 8,7