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A GRANDE ILUSÃO (ALL THE KING´S MEN)

Um filme de 1949 que teve remake, mas em que em 1950 ganhou os Oscars de Melhor filme, Melhor ator (Broderick Crawford, que magistralmente interpreta o político populista Willie Stark) e Melhor atriz coadjuvante (Mercedes McCambridge – que interpretou Sadie), também concorrendo nas categorias de Melhor diretor (Robert Rossen), Ator coadjuvante (John Ireland), Melhor roteiro adaptado e Melhor montagem. Os prêmios acima já haviam também sido conferidos pelo Globo de Ouro, que, todavia, também premiou Rossen pela Direção. Realmente é um belíssimo filme sobre a política e seu universo, mas também sem perder de vista o foco principal da natureza humana, o exercício e o fascínio do poder, tudo permeado pela ambição e pela vaidade, entre outros elementos. O filme é baseado em obra vencedora do Prêmio Pulitzer e tem um ritmo extraordinário, graças ao trabalho de direção e de montagem, que não foram à toa indicadas ao Oscar. A história é contada também de uma maneira muito dinâmica e atraente, seguindo atalhos interessantes de enredo e eliminando muitos caminhos que seriam naturais em outros filmes. Isso traz algumas surpresas e boa dose de suspense ao espectador, que mantém o interesse acirrado e tem a sensação de acompanhar os fatos de um modo acelerado, o que é, aliás, totalmente coerente com a obsessão do protagonista, bem como com a velocidade e a força da mídia, que a tudo acompanha e tudo noticia. Filme da época de ouro de Hollywood, talvez seja o de maior expressão sobre o tema de todos os que já o abordaram, tal a força de seu roteiro, a adequação da trilha e da fotografia e a perfeita interpretação de todo o seu belíssimo elenco. Uma história que poderia verdadeiramente ser atual e que mostra os caminhos do idealismo quando tem pela frente seus usuais mas poderosos inimigos.  9,0