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AS PALAVRAS (THE WORDS)

Um filme com uma qualidade e densidade que só aparecem de tempos em tempos. Esta é minha opinião, embora parte da crítica tenha “detonado” o filme, alguns o achando pretensioso, outros que é apenas correto, não correndo riscos em seu enredo, outros que é um plágio. Eu achei um filmaço. De 2012, escrito e dirigido por Brian Klugman e Lee Sternthal, este estreando como diretor. Sem perder um fio da trama, vamos nos deixando arrebatar e emocionar pelo roteiro, conduzidos por uma trilha sonora magnífica (e presente o filme todo). Bradley Cooper (Se beber não case) em papel sério e que exige, Dennis Quaid sem comprometer muito (para mim é um canastrão, infelizmente), Olivia Wilde (a bela de House e que tem feito muitos filmes ultimamente) e Jeremy Irons (um dos maiores atores do Cinema) tocante e profundo, uma direção espetacular em um filme denso, comovente e que tem um final que valoriza a sensibilidade e a inteligência do espectador.  8,8

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A DARK TRUTH

Um filme ecológico com guerrilha, ação e aventura envolvendo interesses corporativos e ameaças à humanidade pela busca da privatização de recursos naturais, no caso da água do mundo (terrorismo ecológico). O roteiro, visto assim, a princípio não tem novidades, mas o enfoque é diferente dos habituais, talvez pela direção segura de Damian Lee, talvez pela interpretação até surpreendentemente madura de Andy Garcia (como ator, evoluiu) e como sempre ótima de Forest Whitaker, com a presença nada usual de Eva Longória no elenco. O ritmo do filme o torna consistente e atraente e o faz assumir uma posição bem acima da média considerado o seu gênero.  7,8

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007 – CASSINO ROYALE

Este é o primeiro filme com a participação de Daniel Craig como 007, ou James Bond. Talvez e provavelmente seja um filme subestimado (eu o revi e agora, na revisão, o conceito subiu muito em relação ao da minha memória). Porque o filme é simplesmente espetacular, em todos os sentidos. O único senão (ínfimo, diante da obra em si) talvez seja a música de abertura, que não é feia, mas também não é marcante e perde longe para a da trilha da Adele, do filme de 2012 (este filme é de 2006). De resto, o filme é impecável. Eletrizante, trilha sonora extraordinária, diálogos afiados, o personagem da “Bond Girl” magnificamente interpretado por Eva Green (bela e poderosa) o de M maravilhosamente interpretado por Judy Dench e o 007 já totalmente à vontade e no domínio do papel desde este primeiro e extraordinário filme (o contrário do que já comentei, isto é, que apenas no terceiro filme ele estaria bem no papel). Ação, qualidade, impossível tirar os olhos da tela. Roteiro, edição, direção, perfeitos e deixada para o final a fase clássica “Meu nome é Bond, James Bond”.  9,5

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O ADVOGADO DO DIABO

Al Pacino (em momentos de máximo brilho, soberbo), Keanu Reeves (ótimo), Charlize Theron (linda e excelente)…um filme magnífico, com drama, suspense e até terror…um texto tão forte, que Hollywood e Nova Iorque não ousaram premiar. O diretor é o mesmo de Ray, Taylor Rackford. O filme exala sensualidade, misticismo e mistério e em seu trecho final, o texto do diálogo de Milton e Kevin, é fortíssimo (para alguns, intolerável), mas também uma obra-prima, como todo o arranjo de palavras e imagens. No desfecho, uma grande surpresa, mais outra…mais outra. E por fim um fecho de ouro, coerente e chocante, para perplexidade e reflexão sobre o destino a que chegou a raça humana, sobre a humanidade, o pecado, o descontrole e o livre-arbítrio, este com imenso e terrível peso (quem é culpado pelos nossos atos e pecados?)…ambição, luxúria, vaidade…certamente o roteiro (incluindo as fabulosas metáforas) renderia horas e mais horas de discussões sociológicas e filosóficas…Mas para o cinéfilo o filme (de 1997) oferece, mais do que suficiente, elevadas doses de suspense e emoção. Intenso e apaixonante.   9,5

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BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS

Um filme misterioso/atraente, começando com Jim Carrey fazendo um papel totalmente diferente do que estamos acostumados a ver e com Kate Winslet também fazendo uma personagem meio exótica, embora apaixonante e bela (como sempre). Vamos vendo com curiosidade os fatos acontecendo e achei a dupla de protagonistas (ambos) extremamente inspirada, o filme original e inteligente e a mensagem bela e passada com rara sensibilidade. Filme de 2004, com roteiro de Charlie Kaufman (Quero ser John Malkovich), também estrelado por Kirsten Dunst, Mark Ruffalo. Elijah Hood e Tom Wilkinson. Uma frase em meio a um roteiro com muitos detalhes ricos, quando um personagem diz ao outro, observando os casais que comem sem se falar (fato que observo com algum tristeza em restaurantes): “Os mortos que jantam”…  8,5

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JACK IRISH BLACK TIDE

Um filme de 2012, daqueles do tipo feito para TV, de detetive que vai investigando fatos, seguindo pistas, enfrentando perigos…nada de novo, mas alguns diferenciais fazem com que seja bastante agradável de se assistir. Em primeiro lugar, é um thriller, mas com um ritmo bem lento, alguns personagens diferentes do sual, mais velhos, alguns típicos dos pubs irlandeses. O personagem é “irish”, aliás. Mas o filme se passa na Austrália, outro fato de destaque, pois as locações não são as que já cansamos de ver em filmes. O terceiro fato é a presença de Guy Pearce, um ator que tem um discreto carisma e que mesmo sem ser brilhante desempenha mais do que a contento seu papel. E por último uma direção (Jeffrey Walker) que dá um tom calmo e ao mesmo tempo seguro, contando uma história com suspense e alguma ação e violência, mas sem atropelos e fazendo com que o espectador em nenhum momento se sinta agredido e no final tenha a sensação de ter tido um bom entretenimento.  7,6

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A NEGOCIAÇÃO (ARBITRAGE)

Filme de 2012, com Richard Gere, Susan Sarandon, Tim Roth, entre outros. Um filme adulto, com roteiro bem amarrado e que cria diversas alternativas de enredo, sem que possamos adivinhar exatamente para onde tudo caminhará. Um thriller dramático, contando a história de um empresário executivo e investidor magnata, que de repente acumula problemas e não só de dinheiro, sentindo-se repentinamente envolvido em uma corrida contra o tempo. O filme aprofunda os efeitos da situação do personagem em face da sua família, o que o faz, também sob tal foco, escapar da superficialidade comum em obras desse gênero. Direção segura de Nicholas Jarecki e ótima interpretação coadjuvante de Nate Parker (o ator negro).  7,8

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FOGO CONTRA FOGO (HEAT)

Gostei muito da história e do andamento desse filme policial americano de 1996, dirigido e roteirizado por Michael Mann e que se passa em Los Angeles. Tem ação, violência, mas a maior parte do filme é um jogo em que a polícia investiga e tenta flagrar os criminosos (para penas pesadas) e eles, por sua vez, tentam agir com segurança, sem deixar muitas pistas. No elenco Val Kilmer, Jon Voight, Ashley Judd, Natalie Portman (menininha ainda) , entre outros, mas talvez o filme fosse comum –  inclusive com aquelas já cansativas cenas das esposas dos policiais reclamando que o trabalho deles os deixam esquecer a família – se não fosse por um “pequeno” e inédito detalhe: quem interpreta o policial obstinado e cuja vida é o trabalho é nada mais nada menos que Al Pacino e quem faz seu opositor, o criminoso sombrio e de poucas palavras e que talvez pretenda dar um destino diferente a uma vida de crimes, é simplesmente Robert De Niro, juntos no cinema pela primeira vez. E isso faz a grande diferença do filme. Só a atuação dos dois já vale o filme, não só por serem ícones do cinema americano e mundial, mas porque cada qual, com seu carisma e magnetismo, imprime intenso brilho à sua volta: inclusive há uma cena especial, em que os dois juntos compartilham uma mesa de restaurante/bar e parte de sua história: e onde um diz para o outro sobre suas escolhas, sintetizando ao final: “É o que sei fazer…não quero fazer outra coisa”.  7,8

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SAVAGES (SELVAGENS)

Depois de algum tempo improdutivo, Oliver Stone (que inclusive aparece em um flash e faz o roteiro, adaptado) acertou novamente a mão na direção neste filme de 2012 que trata do perigoso mundo do narcotráfico, tendo como foco principal a Califórnia. Ótimo roteiro, direção moderna e ágil (ângulos de câmera e outros recursos dinâmicos), elenco afinado mesclado por novos e já consagrados talentos (neste caso, Salma Hayek e principalmente John Travolta e Benício Del Toro ótimos), um filme diferente, com suspense, ação, violência às vezes forte e muito magnetismo – pelo elenco e próprio roteiro, inclusive pela imprevisibilidade dos acontecimentos -, com direito inclusive a uma “brincadeirinha” no final. O trio central é formado por Taylor Kitsch (Chon), Aaron Taylor-Johnson (Ben) e a sensual e apaixonante Blake Lively (O), que lembra um pouco a fisionomia de Gwyneth Paltrow, mas tem vida própria de sobra, brilhando de maneira muito especial (perfeita no off). Adrenalina, ótimo acabamento, equilíbrio, trilha sonora, fotografia, montagem… enfim, tudo funcionando bem em um ótimo entretenimento que se justifica inclusive pelo título, mostrando vários enfoques sobre o significado do termo (“selvagem”).  8,7

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THE GIRL

 

Alfred Hitchcock era obcecado por loiras. Foram várias as que protagonizaram seus filmes, incluindo Grace Kelly e Ingrid Bergman. Este filme, feito para a TV com a competência de sempre da HBO mostra a insólita relação que houve entre o famoso diretor e a atriz sueca Tippi Hedren, durante as filmagens de Os pássaros e Marnie, confissões de uma ladra. O filme funciona como uma espécie de making off dramático e com algum suspense e vai surpreender mostrando um lado de Hitchcock que a maior parte do público desconhece. Todos sabem que o diretor era obsessivo, egoísta, egocêntrico, mas o lado sombrio e cruel desse estranho ser humano opressor raras vezes foi revelado com tantas nuances como agora. Magnífica interpretação de Toby Jones, praticamente irreconhecível no papel do cineasta, acompanhado da ótima Sienna Muller. L  7 8

 

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ARGO

Um filme de primeira linha, rico nas abordagens (política, histórica, religiosa…) e que exigiu muita pesquisa e arrojo do agora reconhecidamente talentoso diretor Ben Affleck (que também atua) –  em plena maturidade como cineasta -, retratando um episódio que ocorreu em 1980, durante o governo Carter, envolvendo a CIA e a libertação de reféns americanos no Irã, na época da Revolução Islâmica. Para tentar libertar os reféns, a CIA (leia-se o agente Tony Mendez) propôs uma estratégia absolutamente inédita e de extrema ousadia. Para quem não sabe, não vale a pena contar se o final foi ou não feliz, mas por mais que se conheça a história, ainda assim se trata de um filme de fôlego e emocionante, pois um dos méritos do diretor é o de imprimir tensão e suspense durante praticamente todos os momentos do filme, fazendo com que o espectador não desgrude os olhos da tela, inclusive pela trilha sonora palpitante, embora discreta e não manipuladora (não direciona os sentimentos de quem assiste…). Importante ressaltar que a realidade da missão em Teerã só foi revelada ao mundo 17 anos depois, no governo Clinton, até então permanecendo a versão que na época foi divulgada e que era a que interessava politicamente, inclusive para impedir atos de vingança e terrorismo contra os EUA. Filme que poderá concorrer a vários Oscar (no início de 2013), pois tem um ótimo e enxuto roteiro, elenco equilibrado e seguro e faz uma primorosa reconstituição da época (inclusive nos detalhes dos fatos, cenários, figurino, a fotografia perfeita para evocar a década), tendo Affleck chegado à minúcia de buscar atores e atrizes parecidos com os personagens reais, conforme se pode constatar durante os créditos finais, quando aparecem fotos das cenas reais em comparação com as do filme. O elenco é capitaneado pelo próprio diretor, acompanhado do excelente Brian Cranston (ator premiadíssimo com a série Breaking Bad) e tendo o chamado alívio cômico – rápido, porém – nas figuras dos ótimos John Goodman e Alan Arkin. Para finalizar, falhas realmente não são perceptíveis no filme e o Tony Lopez (agente da CIA) apresentado por Ben Affleck não compromete, interpretado de forma fria e contida…mas se algo pudesse ser mudado, eu optaria por um ator que imprimisse um pouco mais de emoção ao personagem, única ressalva.   9,0

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NA ESTRADA (ON THE ROAD)

O ótimo Walter Salles ficou muitos anos envolvido com o projeto de levar para o cinema o livro de Jack Kerouak (“Pé na estrada”), escrito em 1957 e que influenciou pessoas e até gerações (a geração Beat, por exemplo). E valeu a pena se dedicar tanto e até percorrer o caminho dos personagens, porque este road movie lançado em 2012  –   com produção de Francis Ford Coppola, que havia comprado os direitos do filme na década de 80 –  se mostrou um trabalho muito bem acabado, de consistência superior à maioria dos filmes do gênero – obviamente, entretanto, não se deve comparar o filme com o livro, até por não ser possível, não só pela flagrante diferença entre cinema e literatura, mas principalmente pelo contexto no qual o livro foi escrito e os efeitos que gerou. Enquanto os personagens (um deles seria o próprio Jack Kerouak) cruzam os EUA de ponta a ponta, nas décadas 40 e 50, o mundo vai sofrendo transformações culturais e eles vão experimentando os limites da liberdade, com todos os excessos permitidos (sexo, drogas…), inclusive com irresponsabilidade, amoralidade, mas também enfrentando o paradoxo de nem sempre ser possível a coexistência da liberdade e da felicidade. Haverá arco-íris no fim da estrada?, questiona o filme em determinado momento. É a busca de algo que não se sabe definir…mais fácil aos 18, 20 anos… No final das contas, há um preço a ser pago e a realidade pode também trazer o amargor e até a crueldade. Ótimo trabalho também do elenco comandado por Sam Riley, Garret Headlund e com Kristen Stewart (aqui totalmente diferente do seu papel em Crepúsculo), Kirsten Dunst, Vitto Mortensen e Amy Adams, que apresentam personagens ricos e verossímeis.   7,8

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LOOPER (LOOPER – ASSASSINO DO FUTURO)

Um filme de ficção científica com muita ação, algum suspense e até terror, com roteiro instigante/complexo e que exige  bastante atenção do espectador. Mas é muito bem amarrado e fascinante e tem um final de arrepiar.  Na verdade, um thriller futurista, dirigido por Rian Johnson e estrelado por Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis e Emily Blunt, com participação de Jeff Daniels, entre outros. Produção americana de 2012 bem acima da média – onde os americanos acham esses garotos???  E se depois do filme ficarmos pensando e refletirmos sobre alguns detalhes, sentiremos um nó na cabeça, embora o roteiro procure ser o mais possível coerente e consistente (aquele nó típico de questões envolvendo o passado e o futuro e o quanto se poderia mudar o futuro retornando ao passado…). Mas não é fácil conceber todas as ligações que o filme permite e estimula…Melhor apreciar dentro dos nossos limites e nos da própria ficção. Melhor seria, talvez, não inventarem viagens no tempo… 8,7

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SKYFALL

Este é o filme de 2012 do 007 (Bond, James Bond…), salvo engano o 23º da série. E certamente um dos melhores. Talvez até o melhor, pela reunião de todos os detalhes (até mesmo do vilão, assustador, interpretado pelo camaleão Javier Barden). A produção é a bem cuidada de sempre, com ritmo, sofisticações e locações. As imagens aéreas e noturnas de grandes e palpitantes cidades do mundo atual são monumentais. E o ritmo e a ação do filme são típicos dos filmes envolvendo esse charmoso personagem. O roteiro nem precisa ser espetacular, apenas algo consistente…a ação, com a palpitante trilha sonora, diz tudo. Sempre com carisma, é claro. E neste filme, na minha opinião, ocorreram vários fatos marcantes:  a abertura e a música de abertura (cantada por Adele) trazem um momento especial – e importantíssimo para introduzir a história -, sendo de grande beleza e emoção e uma das melhores já vistas; o mistério sobre o nome do filme…o que é Skyfall? e a resposta vai conduzir o filme a um contexto e profundidade dificilmente abordados em filmes do gênero; a cena subterrânea do metrô; as cenas finais na Escócia;  e o ator Daniel Craig parece agora vestir com extrema facilidade a roupa do espião que iniciou sua saga com a interpretação de Sean Connery: Daniel está totalmente à vontade no papel e realmente contrariou as expectativas de quem achava que seu modo de atuar e principalmente sua aparência jamais dariam credibilidade ao herói que já vem sobrevivendo e encantando há décadas. E agora com mais fôlego ainda.  9,0

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ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE

Comédia brasileira de 2012, com um ritmo ágil, texto muito engraçado e que mistura instantes de verdadeiro pastelão, com outros de inteligente comicidade. O bom e o mau gosto convivem na história e nos personagens, que desfilam uma atrás da outra situações que nos fazem rir fácil e saborear o filme como ocorre com aqueles que simplesmente acertam o tom que têm em mira. Pra desopilar o fígado e servir de diversão despretensiosa e feita com inteligência e experiência no ramo, desde que se entre no clima do humor de caricatura. A dupla principal é hilária e muito competente: Leandro Hassun, comediante conhecido da TV e Danielle Winnits, excelente e camaleã atriz.  7,5

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BUSCA IMPLACÁVEL 2

Liam Neeson realmente é um ator carismático. A ponto de nos fazer imaginar que, mais jovem, daria um excelente protagonista até nos filmes de James Bond. Ao mesmo tempo em que desempenha com folga o papel de mocinho – novamente o ex-agente da CIA do primeiro filme -, também demonstra uma fragilidade contrastante, inclusive paternal… A filha e a esposa são as mesmas do primeiro filme: Maggie Grace e a bela Famke Janssen. Para mim este filme, de 2012, não é tão bom quanto o primeiro, mas já ouvi comentários de que ambos se equivalem. De todo modo, fica longe de ser ruim. O que importa é que se trata de adrenalina pura. Nada para pensar, só emoções para se deixar levar por uma boa diversão. Ideal para pipoca e guaraná e que ainda por cima se passa em Istambul, cidade tão histórica quanto exótica e que serve de palco para as intrigas, perseguições e muita ação.  7,5

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POSSUÍDOS (FALLEN)

Um filme de 1998 de suspense e mistério, daqueles policiais que envolvem crimes tipo serial killer. Só que aqui tem o diferencial do terror, com temas de possessão demoníaca e dos espíritos que assombram a realidade das investigações da polícia e do personagem desempenhado pelo grande Denzel Washington. Presenças sempre marcantes de Donald Sutherland e John Goodman, um filme com clima bizarro e inquietante. Bom pra ver à noite e sozinho…Gostei bastante do final, inesperado tanto na cena, quanto em off.  7,7

 

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MANTEIGA (BUTTER)

Um filme que gira em torno de um campeonato de escultura na manteiga, tendo criança no meio, tinha tudo para ser apelativo e/ou um desastre. Mas não quando se trata de uma inteligente crítica de costumes recém saída do forno (2011/2012, EUA). Uma comédia que esconde – mas não muito – nas entrelinhas justamente isso: uma sarcástica crítica aos costumes americanos, uma sátira política. Visto assim, os defeitos são perdoados em nome da diversão e até da emoção em alguns momentos (sem muita pieguice), além do fato de que nessa brincadeira com os valores americanos há detalhes a serem percebidos, bem-humorados ou debochados, como o da prostituta que usa bicicleta como meio de transporte,  o da cadeira de ver TV tendo no encosto a bandeira dos EUA etc….Tendo um ótimo elenco, comandado por Jennifer Garner (além da bela Olívia Wilde – de House -, Alicia Silverstone e participação especial de Hugh Jackman), trata-se de um bom entretenimento e coerente até o final (e não só a cena final propriamente dita, mas também depois dela, quando podemos ver as cenas deletadas, como se fossem “vídeo-cassetadas”). 7,5

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O VIOLINO VERMELHO

A história se passa em torno do famoso violon rouge, preciosidade instrumental fabricada no século XVII por um artesão italiano – um luthier, que é profissional que fabrica e conserta instrumentos de corda (Stradivari o mais famoso deles), tendo a palavra origem francesa. A partir do leilão do violino na época atual, em Montreal, o filme mostra o passado (intercalando cenas do presente) e conta todos os dramas e personagens que se vincularam com o violino, ao longo de 300 anos de história, passando por mais de um continente e brindando o espectador com execuções de belíssimas peças do instrumento. Tudo convergindo em um desfecho emocionante e repleto de significados, alguns dos quais com caráter de perenidade (refiro-me ao segredo do final, extremamente dramático e surpreendente). Filme feito em 1998, com Samuel L. Jackson e participação de Greta Scacchi, foi produzido por Canadá, Grã-Bretanha e Itália e dirigido por François Girard (que também o co-roteirizou).  8,3

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FESTA DE FAMÍLIA (FESTEN)

Filme de produção Sueca-Dinamarquesa, feito em 1998, e para adultos. Ao feitio de quem aprecia dramas fortes e profundos, daquelas que trazem à tona a sujeira que foi colocada embaixo do tapete (os chamados podres familiares), visto assim como uma crítica à hipocrisia da sociedade. Um filme diferente, tanto na forma, quanto no conteúdo. No conteúdo, por ser mais realista e contundente do que o trivial, com um texto que não faz qualquer concessão ao politicamente correto (por exemplo, um personagem chama o outro, negro, de “macaco”). Na forma, por ser da série que ficou conhecida como Dogma, que é aquela de um cinema mais despojado, em que a filmagem ocorre com a câmera na mão, com um mínimo de sofisticação e efeitos, quase como se fosse amadora, característica que imprime um maior realismo à história. O movimento Dogma estabeleceu regras e diretrizes para a realização cinematográfica e foi criado em 1995 por Lars Von Trier  e por Thomas Vinterberg, o diretor deste primeiro filme da série. Além da direção, o elenco também é impecável e é como se realmente fôssemos testemunhas dos fatos acontecendo na vida das pessoas. A história gira em torno de uma reunião de toda uma família (em uma espécie de hotel  fazenda) para comemorar os 60 anos do pai anfitrião – o que ocorre logo após o suicídio de uma das filhas (gêmea). Não é um filme para qualquer gosto, mas quem apreciar o estilo vai gostar bastante.  8,5