Shortlink

NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS

stage

Um far-west de 1939, em preto e branco, com John Wayne relativamente jovem e esguio. Eu não achei nada de excepcional, mas não há dúvidas de que tem suas qualidades, principalmente levada  em conta a época, como a direção de John Ford (especialista em filmes do Velho Oeste), o personagem carismático de John Wayne já começando a fazer história (esse filme o lançou internacionalmente) e o elenco de apoio, capitaneado por Thomas Mitchell (o pai de Scarlett O´Hara em …E o vento levou), que ganhou o Oscar de Melhor Coadjuvante. Além disso, um roteiro regular, com algumas tiradas de humor, uma ou outra questão social levemente abordada…Mas achei falho no aspecto dos apaches (principalmente nos ataques…), embora o mérito tenha sido aparecerem – embora rapidamente – com cara de índios e não de homens brancos maquiados…De todo modo, o filme é considerado um clássico do gênero western e sendo um “Ford” já merece uma olhada, inclusive porque foi um dos faroestes filmados em pleno Monument Valley  (Arizona) e além da amplidão toda (as grandes e vastas distâncias a serem percorridas de diligência ou a cavalo…) tem aquele clima dos duelos, do homem desbravador etc e é um dos favoritos de Orson Welles e Akira Kurosawa.  7,8

Shortlink

LA SENDA

la sendaUm thriller espanhol, na acepção do termo (suspense, quase terror, com alguma ação/aventura). Tenho visto nos últimos anos bons filmes espanhóis de suspense e este é um deles, produzido em 2012 e dirigido por Miguel Angel Toledo. Penso que os fãs do gênero vão gostar bastante, embora ache que o filme não chega a merecer um grande destaque. Mas tem ótimo elenco, ótimo clima, inclusive sendo a atmosfera valorizada pelo local onde a ação se passa (cabana no meio da neve e da floresta) e boa história. Não se sabe o que vai acontecer, nem se está acontecendo algo…e esse é o ponto: os personagens sendo construídos, os fatos ocorrendo, as reticências aparecendo e se acompanha a trama atentamente…por tudo isso, os méritos devidos. Pessoalmente, aprecio filmes que me instigam e onde eu não sei para onde estou sendo conduzido… Apenas quanto ao final uma observação ou restrição: embora em parte eu o tenha achado muito interessante (“fechando” com as primeiras cenas), de outra parte fiquei com dúvidas a respeito da interpretação correta dos fatos (até vi novamente os últimos minutos)…nesse ponto, até agora não sei se foi demérito meu ou falha do roteiro ou do diretor…Quem assistir que o diga. 7,7

Shortlink

TRUQUE DE MESTRE (NOW YOU SEE ME)

Truque-de-MestreAlguém já disse: “Se eu quiser realidade, leio um livro ou vejo a TV, porque vou ao cinema para me divertir”. Sob esse ponto de vista, este é um filmaço, realmente nota 10. Diversão pura, fantástico entretenimento, que nos faz sair do cinema plenamente satisfeitos e recompensados. Desde, é claro, que não se tenha compromisso rígido com a realidade, propósito evidente do diretor Louis Leterrier (Hulk, Fúria de Titãs 1 e 2…), neste original e vibrante thriller/policial com muita ação e ritmo frenéticoDo começo ao fim, esta produção franco-americana de 2013 é diferente e por isso instigante, surpreendente, com um roteiro inteligente, ágil, em ritmo quase de um vídeo-clip, ou seja, contemporâneo e com todos os aparatos que a modernidade tem e exige (principalmente tecnológicos). Para agradar os adultos e os mais jovens, mas as crianças também vão gostar, embora seja difícil para elas a compreensão da essência da trama. Muita ação, suspense, envolvendo o mundo da mágica e do ilusionismo (o próprio nome, original, do filme é nesse sentido), inclusive com o glamour dos grandes espetáculos (Las Vegas e seus hotéis-cassinos), a trilha sonora e a direção são impecáveis, mas ainda por cima tem um elenco excelente e afinado: Morgan Freeman, Michael Caine, Mark Ruffalo, Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Isla Fischer, Dave Franco e Mélanie Laurent. Esqueça os críticos mal humorados e que levam a sério filmes assim e divirtam-se!  9,0

Shortlink

PHANTOM

Phantom-PosterNa Guerra Fria (EUA X URSS), sabe-se, ocorreram fatos e atos que por vezes deixaram a situação do mundo por um fio. Um desses fatos e cujo desenlace (em relação ao míssil balístico russo) ainda permanece como segredo preservado entre esses dois países é o tema deste ótimo filme de suspense e ação, que se passa dentro de um submarino russo, no Pacífico Sul. A gravíssima situação ocorrida em 1968 é muito bem transposta e adaptada para o cinema pelo diretor Todd Robinson e um grande elenco, comandado por Ed Harris (Pollock, As horas, Uma mente brilhante, O show de Truman etc. etc.),  e David Duchovny (de Arquivo X) e que também conta, entre outros, com William Fichtner (de Prison Break) e Lance Henriksen (Millenium). Muita tensão, conflitos éticos e mais graves dentro do submarino e por questões políticas e de idealismo, também envolvendo o alto comando da KGB, seus agentes e missão estratégica relacionada com o referido míssil e muito com o capitão. Graças aos atores, os personagens principais são muito bem desenvolvidos como seres humanos distantes do estereótipo soviético e graças também a uma trilha sonora ótima e à direção/edição o filme prende do começo ao fim, podendo ser definido pelos fãs do gênero como “um filmaço”. No final, um efeito cinematográfico fecha o filme com chave de ouro e muita emoção. 8,8

Shortlink

RENOIR

451337Não achei um filme envolvente e aí consiste o problema do roteiro a meu ver, que poderia ter grande consistência, já que trata da vida do grande pintor impressionista em sua fase já madura (alguns anos antes de sua morte, época da Primeira Grande Guerra, morando em Côte d´Azur e com incômoda artrite), com ótima fotografia (colorido bem adequado à arte…) elenco e material dramático. No geral, achei o filme decepcionante, frouxo. Sob outro ângulo, entretanto, vale a pena ser visto pelo que traz de valor histórico/biográfico, retratando tanto a arte, como o modo de vida do pintor e principalmente, no caso,  a relação dele, Pierre-August (muito bem interpretado pelo octogenário Michel Bouquet), com o filho Jean – de interessante destino no mundo da arte – e de ambos com uma das modelos do artista. Produção francesa lançada em 2013 e com direção de Gilles Bourdos. 7,5

Shortlink

AMORES CLANDESTINOS (A SUMMER PLACE)

a-summer-place-movie-poster-1959-1020460974A julgar pelo ridículo título em português (para variar), pela época do filme (1959…em technicolor) e pelo elenco – Richard Egan (galã da época), Troy Donahue (galã iniciante), Sandra Dee (uma namoradinha da América), Arthur Kennedy e Dorothy McGuire -, pode-se pensar inicialmente que se trata de um drama/romance daqueles “água-com-açúcar”, fútil até: Mas surpreendentemente é um filme bem mais complexo do que aparenta ser, com roteiro forte e corajoso ao enfrentar temas áridos, notadamente para a sociedade da época: separação de casais, importância da posição social e o sexo, principalmente no que se refere a uma juventude sem muita saída dentro dos limites institucionalizados, entre outros assuntos paralelos. Dirigido e com roteiro adaptado por Delmor Davis (Tarde demais para esquecer), o filme apresenta também como destaque a música de mesmo nome, que era aquela que nos anos 60 e 70 (de Max Steiner) tocava nos cinemas antes de começar a sessão (por esse motivo, inesquecível)http://www.youtube.com/watch?v=JuUBGtaYho8.  8,2

Shortlink

A MELHOR OFERTA (LA MIGLIORE OFFERTA)

Poster-La-Migliore-OffertaO diretor Giuseppe Tornatore, dos inesquecíveis Cinema Paradiso e A lenda do pianista do mar, entre outros, no auge de sua maturidade e saindo bastante do seu estilo, brinda-nos com um filme absolutamente original. Um roteiro diferente, instigante e imprevisível faz com que fiquemos atentos a cada movimento, a cada elemento do drama/thriller, tentando compreender a amplitude do personagem (magistralmente interpretado por Geoffrey Rush) e de seu mundo e antecipar os acontecimentos. O protagonista é um leiloeiro famoso, polido, requintado e profundamente envolvido no mundo da arte e de suas peculiaridades e segredos. E sutilezas…O resto não convém contar para não tirar de ninguém o grande prazer das surpresas e de ver um filme com tal classe e refinamento. Produção italiana de 2013, em língua inglesa, o filme ainda tem a presença do sempre talentoso e carismático Donald Sutherland.  9,0

Shortlink

O CAÇADOR (TRACKER)

O-CacadorAs guerras dos boeres ou guerras dos bôers foram dois confrontos armados na atual África do Sul que opuseram os colonos de origem holandesa e francesa (os bôeres) ao exército britânico, que pretendia se apoderar das minas de diamante e ouro recentemente encontradas naquele território. Em consequência das guerras, os bôeres ficaram sob o domínio britânico, com a promessa de autogoverno (Wikipédia). Este filme de ação, drama e aventuras, com belíssimas e diferentes paisagens, passa-se logo após o término da segunda guerra que houve, em curto prazo, entre os chamados fazendeiros ou bôers e os ingleses colonizadores, ou seja, após o ano de 1902. Após a Guerra dos Boeres, as duas repúblicas africanas que tentavam a independência (a da África do Sul – Transvaal – e a de Orange), pelo tratado de paz, voltaram a ser anexadas às possessões britânicas. O filme, de 2012, é estrelado por Ray Winstone e tem um ritmo mais lento e intimista do que normalmente apresentam os do gênero, por esse motivo sendo mais bem desenvolvidos os personagens, pelo menos os principais e em uma relação interessante, pois o título do filme se refere à caçada de recompensa e não à caçada de animais selvagens, valendo a pena ser visto. 7,8

Shortlink

CESAR DEVE MORRER

cesarEste filme tem um atrativo especial e até por isso se assemelha a um documentário. Se não fosse por isso, talvez mesmo assim fosse um trabalho a ser visto e apreciado, afinal envolve a dramatização da peça Júlio Cesar de William Shakespeare, escrita há mais de 400 anos e que enfoca principalmente o personagem Brutus. Ocorre – e aqui é o destaque – que os atores na verdade não são atores profissionais: os diretores do filme, Paolo e Vittorio Taviani (octogenários), conseguiram a proeza de fazer com a peça fosse encenada por presidiários de verdade, aliás de alta periculosidade, sentenciados por assassinatos etc. e cumprindo no presídio de segurança máxima de Rebibbia, em Roma. Isso foi feito, com o êxito que o filme vai mostrar e muitos desses prisioneiros inclusive seguiram rumos literários. O fato é inusitado e chamam a atenção a diversidade de tipos humanos, o talento dramático dos presos e a fusão da vida real (vida de crimes de cada um) com o drama do texto shakespeariano, tanto que, por tudo isso, o filme ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2012.  7,7

Shortlink

A PELE DO DESEJO (SALT OVER OUR SKIN)

a pele do desejo1Filme de 1992, produzido por Alemanha, Canadá e França, dirigido pelo inglês Andrew Birkin (O nome da rosa…) e que apresenta Greta Scacchi no auge de sua beleza e talento dramático. A beleza masculina fica por conta de Vincent D´Onofrio. Trata-se de um romance dramático. Na minha visão das coisas, um filme bastante realista e valorizado pelos protagonistas que dão total credibilidade aos personagens, seus sentimentos e suas ações. O drama fica por conta da distância/diferença cultural entre os personagens, da revisão de conceitos, das reviravoltas existenciais a que são desafiados em várias etapas de suas vidas. Esse abismo de cultura entre o casal que efeito terá sobre o amor e a paixão? Ainda mais ao longo do tempo? Faltará coragem para assumir as diferenças que  impedem a plenitude? O filme explora e aprofunda muito esse tema/dilema e tem momentos de grande beleza, inclusive nas cenas de amor, sempre pautadas pelo bom gosto. Apresenta também, vinculado ao tema e como ponto de enorme importância, o despertar da mulher para sua independência total, motivada por ícones como Simone de Beauvoir (com o livro O segundo sexo, por exemplo). Foi baseado no romance Les Vaisseurs Du Coeur de Benoîte Croult (1988), rotulado de feminista por alguns (obviamente). Curiosidade: no mesmo ano da produção do filme, os protagonistas se casaram na vida real. Com belas citações literárias, o filme é imperdível para aqueles que gostam do gênero romântico, despertando fortes e às vezes permanentes emoções: “Ah, meu amor, sejamos verdadeiros um com o outro. Pois o mundo, que parece à nossa frente uma paisagem de sonho, tão nova, tão bela, tão variada, em realidade não tem nem luz, nem amor, nem alegria, nem certeza, nem paz, nem qualquer consolação” (poema Dover Beach, de Matthew Arnold).  8,5

Shortlink

AMIGOS INSEPARÁVEIS (STAND UP GUYS)

amigosinseparaveis_3 (1)Normalmente eu não comentaria sobre este filme, típico da Sessão da Tarde. Porque ele não atinge o nível mínimo, de acordo com o meu gosto e dentro dos critérios deste blog. Ocorre que existem no filme alguns fatores que o tornam extremamente prazeroso, transformando-o, em suma, em uma ótima diversão. O filme é bem feito, leve, despretensioso, a história bem contada, mas o principal mesmo é nos deliciarmos com a atuação desses dois grandes atores, interpretando e se divertindo ao mesmo tempo nesse drama-comédia: Al Pacino e Christopher Walken. Pelo que representam para a história do Cinema e pelo bem-estar que passam atuando, o filme acaba valendo a pena. E conta, além disso, com alguns bons momentos (como Al dançando como antigamente a música When something is wrong with my baby) e com a participação rápida, mas divertida e sempre eficiente de Alan Arkin, outro magnífico ator. Dirigido por Fischer Stevens, que sempre foi ator, mas que tem feito ótimos trabalhos na direção, entre eles o último documentário sobre a vida de Woody Allen, o filme está sendo lançado em 2013.  7,5

Shortlink

KILLER JOE – MATADOR DE ALUGUEL

imagesEm primeiro lugar: um filme para adultos (e acho que as mulheres também não vão gostar, em razão da natureza das cenas de violência), mas extremamente original em termos do roteiro. Um drama que se passa no Texas atual, envolvendo família e pessoas de classe baixa e baixa classe, com pouca ou nenhuma moral ou ética, em uma situação específica que envolve dinheiro, cobiça, ódio, assassinato etc. Muito interessante a trama, que nos deixa em permanente suspense e na parte final do filme – sublinhada por extrema violência – na total expectativa pelo desenlace. Mérito maior do renomado diretor William Friedkin (Parceiros da Noite, Caçados, Possuídos, Jade, O exorcista, Operação França, Doze homens e uma sentença, A negociação…) e do elenco excelente, todo harmônico e equilibrado, com personagens realmente difíceis de serem construídos e interpretados (da vida real, porém), todos com perfeita identidade. Por isso vale citar o elenco principal: Emile Hirsch (ator americano: Milk, Selvagens…), Juno Temple (atriz britânica: Kaboom…), Thomas Haden Church (ator americano: A mentira, Homem-aranha 3…), Gina Gershon (atriz americana: P.S., eu te amo…) e o efetivo protagonista e para mim grande surpresa, Matthew McConaughey (O poder e a lei, Magic Mike…). Deste ator eu nunca fui fã, mas não há como deixar de reconhecer que neste filme ele desempenha um papel difícil de uma forma exuberante, perfeita, impressionante mesmo. Filme que parece daqueles de produção independente, lançado em 2013 e para públicos especiais, que certamente o apreciarão como merece.  8,8

Shortlink

O COLECIONADOR DE OSSOS (THE BONE COLLECTOR)

O Colecionador de OssosDo gênero “serial killer” de classe, este é um dos três melhores que já vi. Os outros dois são Silêncio dos Inocentes e Seven. A nota no final provavelmente é decorrência de eu ter visto este filme mais de 4 vezes ao longo dos anos. Nunca é cansativo, mas é claro que já se sabendo de algumas coisas – inclusive quem é o assassino – o sabor diminui um pouco a cada revisão. Mas de todo modo é um ótimo filme e estão aqui todos os ingredientes necessários ao gênero policial/thriller: suspense, ação, mistério, processo investigativo interessante e dois personagens carismáticos, interpretados por Denzel Washington e o de Angelina Jolie. Tem também Queen Latifah, entre outros, mas os dois acima é que levam o filme nas costas. Tem alguns senões (estereótipos, personagens dispensáveis etc.), mas as qualidades são bem superiores aos defeitos. Dirigido pelo australiano Phillip Noyce (Jogos patrióticos, Perigo real e imediato, O santo, Salt…), foi lançado no Brasil no início do ano 2000.  8,6

Shortlink

ENCONTRO MARCADO (MEET JOE BLACK)

meet-joe-black-1998Este filme feito em 1998 praticamente dispensa comentários…porque todo mundo já viu! Pelo menos passou e passa centenas de vezes na TV, aberta e fechada. Mas como o revi depois de muitos anos e o achei acima da média (só comento em geral filmes com notas acima de 7,5), faço o comentário por questões até de critério. O cinema americano sempre se deu bem com histórias que misturam drama, romance e fantasia (leia-se aqui sobrenatural), haja vista “Ghost”. Só que este não é tão romântico (aquela Demi Moore é imbatível) e não tem uma música que chegue aos pés de Unchained Melody. Porém tem os demais ingredientes e dois deles realmente se destacam, sem querer fazer pouco, quanto ao primeiro destaque, da boa e bela atriz Claire Forlani (que, entretanto, parece muitas vezes estar tentando se adaptar às lentes de contato…): a beleza de Brad Pitt e o talento de Anthony Hopkins. Este, é um dos maiores atores do Cinema e mais uma vez desempenha à altura da sua capacidade e fama. Quanto ao Brad, que não é mau ator, neste filme realmente está no auge de sua beleza – e esse fato é muito bem explorado pela câmera – e tenho certeza de que por ele muitas mulheres viram e bisaram diversas vezes este filme…Também pelo personagem que representa no filme e pelo clima necessário que o cerca. De resto, um filme bem feito, divertido, em alguns momentos emocionante e que até  pode propiciar alguma reflexão. Um destaque: no início tem uma cena de atropelamento espetacular, embora chocante, e que vale a pena ver até em câmera lenta, para se perceber a perfeição do trabalho técnico. Também no elenco Jack Weber (o marido em Medium), Marcia Gay Harden e Jeffrey Tambor. O diretor é Martin Brest, o mesmo de “Perfume de mulher”(aquele em que Al Pacino faz o papel do cego – ganhou o Oscar por ele – e tem aquele maravilhoso tango, “Por una cabeza”).  8,5

Shortlink

THE CALLER

220px-TheCallerposterDrama muito interessante, de 2008, com algum mistério e suspense (pode ser enquadrado como thriller) e muito bem protagonizado por Frank Langella. Também no elenco Elliott Gould. Dirigido com firmeza e delicadeza por Richard Ledes, é contemporâneo mas apresenta ligações vitais dos personagens com o passado, especificamente Segunda Guerra na França, mostrado em flash backs.  7,8

Shortlink

A DATILÓGRAFA (POPULAIRE)

a_datilografaDeliciosa comédia romântica francesa, dirigida em 2012 por Regis Roinsard, e que evoca comédias maravilhosas antigas americanas (Audrey Hepburn e outras). A história se passa em 1959 e reúne diversos clichês americanos, nem parecendo um filme francês (mas não atrapalham e – previsíveis – até são indissociáveis de filmes do gênero), dos quais se destaca a enorme capacidade/habilidade que o cinema ianque tem – e que os franceses aprenderam muito bem –, de transmitir para o espectador grandes emoções em momentos competitivos, seja envolvendo basquete, baseball, corrida e até um campeonato de xadrez: vibração, ufanismo, câmera lenta, música de fundo etc… Neste caso, porém, trata-se de uma competição absolutamente inusitada. Nesse sentido, ponto para a criatividade e boa ocasião para os mais antigos, como eu, lembrarem do famoso “A,S,D,F,G”. Aliás, todo o filme é bem cuidado, o que o torna uma diversão agradabilíssima: figurino, trilha sonora, fotografia (visual realmente fabuloso), perfeita reconstituição da época em que o emprego de secretária passou a ser muito requisitado em Paris e uma boa datilógrafa era indispensável para as empresas que desejavam se mostrar grandes ou crescer. Tudo é muito bem feito e os estereótipos estão, como já dito, a serviço da diversão, comandada por Romain Duris (Em Paris, Como arrasar um coração…) e Déborah François, protagonistas sem qualquer beleza especial, mas com muito talento para a comédia. E que fantástico momento também o do cha cha cha...! E no final das contas, mesmo mostrando respeito aos americanos (o show business fica muito claro no final), os franceses mostram e enaltecem seu valor, inclusive com a frase de um dos personagens: “EUA para os negócios, França para o amor”.  8,2

Shortlink

STOKER (SEGREDOS DE SANGUE)

segredos-de-sangue-5375Não é para todos os gostos, mas como é um filme muito bem feito (algumas cenas sensacionais, inclusive a final), recomendo. Agora, para os fãs de filmes de “suspense quase terror”, acho obrigatório. Esse gênero tem sido definido como thriller psicológico, ou seja, um filme com clima estranho, de permanente mistério e tensão, personagens igualmente esquisitos e a gente acompanhando à espera de um sentido, de um nexo para os fatos nebulosos. Nicole Kidman ótima (embora eu ainda não tenha me acostumado com aquela boca falsa que ela colocou…), assim como Mattew Goode, mas o brilho maior vai por conta da espetacular interpretação de Mia Wasikowska (Os infratores, Minhas mães e meu pai, Jane Eyre e Alice no país das maravilhas). Tem ainda Dermot Mulroney (O casamento do meu melhor amigo) e a direção é de Chan-Wook Park (Old boy), sul-coreano em seu primeiro filme nos Estados Unidos (2012/2013). No final e com os créditos toca “Becomes the color” (Emily Wells), estranho mas estimulante rap, porque absolutamente em sintonia com o que acabamos de ver.   8,0

Shortlink

AUGUSTINE

augustineAchei este filme francês acima da média. Não só porque é bem feito e construído, mas pela temática, envolvendo os primeiros estudos de histeria, no caso feitos pelo personagem de Vincent Lindon em 1885, em Paris, o que dá ao drama um interessante conteúdo histórico, inclusive porque baseado em fatos que realmente ocorreram no Hospital de Salpetrière no século XIX. Também curioso que a certas alturas, ao comentar o caso da paciente (Stéphanie Sokolinski), o Professor Charcot observa que, em sua opinião, muitas mulheres que haviam sido queimadas na Idade Média como bruxas, na verdade eram vítimas de histeria. Um filme lento, meio sombrio, forte (dirigido a adultos, pelo tema central e pela sensualidade das cenas) e que apresenta uma inesperada transformação a partir da evolução do tratamento e da exposição acadêmica do trabalho médico/científico: fato que define o filme e acaba dando seu tom definitivo. A densidade da obra esconde perfeitamente eventuais falhas de roteiro e é muito boa a direção de Alice Winocour. 7,7

Shortlink

O QUARTETO (THE LATE QUARTET)

m2_043_alq_1sht_V1.inddUm elenco extraordinário para contar a história de um quarteto de cordas e os dramas que decorrem inesperadamente de um problema enfrentado por um dos membros. Christopher Walken, Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener e Mark Ivanir brilham, cada qual com sua luz própria mas em benefício do conjunto, assim como devem brilhar a viola, o cello e os violinos. Atuação também significativa da jovem e interessante atriz Imogen Poots. O filme tem um ótimo roteiro, momentos de grande dramaticidade, de grande performance dos atores e também de muita emoção, inclusive pela música, que até nos possibilita conhecer o desafio representado pela execução da Opus 131 do gênio Beethoven. Dirigido por Yaron Ziberman,  participou do Festival de Toronto de 2012.  8,5

Shortlink

O LUGAR ONDE TUDO TERMINA (THE PLACE BEYOND THE PINES)

The-Place-Beyond-the-Pines-movie-poster-337x500Interessante drama policial americano de 2013, com ação suspense e bem estruturado. Na verdade, parece três filmes em um só, tais os desdobramentos do roteiro. Mas a trama é bem costurada, mostrando que Bradley Cooper é um ator versátil realmente em um elenco composto, entre outros, por Ryan Gosling, Eva Mendes, Ray Liotta e Bruce Greenwood.  Temas como a corrupção, a juventude e as drogas, a força da política, têm uma boa sintonia, na mensagem final podendo-se alcançar enfim a coerência com o fato de que todo ser humano necessita ter e preservar o vínculo que possui com seus antepassados. 7,5