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THE BUTLER (O MORDOMO)

the butlerA tradução do título do filme é “O mordomo” e é exata, pois o roteiro trata da trajetória de um mordomo (negro) da Casa Branca, servindo a vários Presidentes e, portanto, ao longo de diversos contextos políticos e históricos. O filme enfoca dramas familiares, mas tem como foco principal e fundamental o racismo. Forest Whitaker dá um show, é um grande ator e se ganhar o Oscar não será injustiça. Mas não fiquei tocado por Oprah Winfrey, a quem a meu ver falta densidade interpretativa. A trilha sonora é excelente, mas como a história já foi vista algumas vezes antes, a excelência da forma deixa claras as intenções “rumo ao Oscar”.  Apesar disso, o filme tem seus méritos além da forma: por exemplo, explicita corajosamente que o assassinato de Kennedy decorreu de seus atos anti-racismo, enaltece a importância dos “negros domésticos” como fator diluidor do racismo, faz refletir a respeito da própria condição do serviçal na sociedade – como um personagem necessariamente de “duas faces”, escancara a posição de Ronald Reagan contra combater oficialmente o Apartheid, tangencia a banalidade da guerra do Vietnã e no final propicia um ato de redenção bastante comovente, em que o criminoso (porque revolucionário !) vira herói. Supostamente baseado em história real, tem efetivamente os ingredientes que a Academia aprecia, inclusive presenças ilustres no elenco, a maioria “meteóricas”, como Mariah Carey, Jane Fonda, John Cusak, Robin Williamns, Cuba Gooding Jr., Terrence Howard, Lenny Kravitz, Vanessa Redgrave, Alan Rickman, Clarence Williams III, Melissa Leo, entre outros. 8,0