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PERFEITOS DESCONHECIDOS (PERFETTI SCONOSCIUTI)

Produção italiana de 2016, o filme tem alguns desdobramentos, mas em resumo trata-se de um jantar entre amigos, onde nasce a ideia um jogo, pelo qual todos concordam em ficar expostos à revelação de eventuais segredos ou a que sejam escancaradas as verdades que se costuma guardar a sete-chaves (uma espécie de “jogo da verdade” moderno). Os amigos sempre pensam que se conhecem, principalmente os que convivem há muitos anos. Será? Ou será que todas as pessoas ou pelo menos grande parte delas guardam segredos inconfessáveis? Ainda mais nos tempos de hoje, de internet, anonimato/relações virtuais, whats app – nossos celulares serão realmente nossas “caixas pretas”? O título do filme sugere exatamente isso e a proposta é de uma comédia (de humor negro), que acaba se desdobrando em drama. Os fatos acontecem em uma noite de eclipse, fato que dá um certo tom de misticismo ou sobrenatural, justificado na parte final do filme. É uma obra inteligente, divertida, leve, mas também tem seu lado forte, quando escancara o preconceito e deixa como recado uma importante crítica social, quando expõe fragilidades e revela as máscaras sob as quais os humanos se escondem, fazendo-nos também pensar/refletir sobre se seria possível não acontecer dessa forma…Um ótimo e harmonioso elenco (interpretação bastante natural e afinada), com também ótima direção de Paolo Genovese (The Place – também com Valério Mastandrea -, entre outros). Um ano após ser produzido este filme, houve uma adaptação pelo cinema espanhol (Perfectos desconocidos), com direção de Álex de la Iglesia (O bar…). Apesar da grande semelhança das duas versões, na minha opinião o italiano é superior em todos os sentidos, inclusive no que se refere à exploração do eclipse, que no filme espanhol merece algumas críticas.  8,8