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O MESTRE

O mestreDrama adulto e que concorre aos Oscar (em 2013) de Melhor Ator (Joaquin Phoenix), Melhor Ator Coadjuvante (Philip Seymour-Hoffman) e Melhor Atriz Coadjuvante (Amy Adams), de longe o filme mais complexo entre os concorrentes. Não é uma história trivial. São personagens fortes, difíceis, ricos e carregados…O filme nos deixa inquietos (também mérito da excelente e tensa trilha sonora), chocados, perdidos, aflitos…é um filme difícil, porém de raça, e o elenco estupendo. Amy Adams desempenha algo totalmente diferente do que fez até hoje (uma personagem de poderosa influência, apesar da aparente fragilidade). Mas são os dois protagonistas que brilham intensamente e em alta voltagem, fazendo inclusive uma espécie de “duelo dos que desejam complemento”, meio pai e filho, meio patrão e guarda-costas: personagens difíceis e nos quais mergulharam amplamente Joaquin Phoenix – desempenhando um patológico, angustiado e deslocado, embora assustador, veterano da marinha americana – e Philip Seymour-Hoffman – um cerebral e carismático líder de uma seita religiosa/científica (dizem que inspirado no criador da cientologia). A história se passa na década de 50 e certamente este é um filme daqueles que se adora ou se detesta. Pela profusão de sentimentos que me provocou e pelo reconhecimento de sua inquestionável qualidade (inclusive no campo do cinismo e da crítica religiosa/política – em várias cenas são mostrados os “furos” de coerência da seita e a conduta pouco adequada dos seus integrantes), estou para a primeira corrente, entendendo que a medida do que o filme perturba é mérito. Foi o último dos concorrentes do Oscar que vi e hoje, 9 de fevereiro de 2013, votaria tranquilamente nos dois atores para ganharem o prêmio dia 24. O diretor é o polêmico Paul Thomas Anderson (Boogie Nights, Magnólia, Sangue Negro…). 8,0