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O MAGO DAS MENTIRAS

Esta história, muitíssimo bem dirigida por Barry Levinson (Bom dia Vietnã, Rain Main, Bugsy, Esfera, Você não conhece o Jack…), tem como foco o investidor Bernard Madoff, responsável pelo maior escândalo financeiro da história dos EUA (70 bilhões de dólares). Trata-se de um esquema complexo e desenvolvido exclusivamente por ele por mais de uma década,  de investimentos falsos em fundos falsos, envolvendo somas milionárias de centenas de clientes ludibriados: o esquema Ponzi, conhecido entre nós como Golpe da Pirâmide. Que aqui atingiu proporções até difíceis de acreditar, como mais difícil ainda foi crer que as pessoas à volta dele, principalmente esposa e filhos, ignoravam os fatos e eram também inocentemente manipulados. O filme discute, entre outros aspectos, a cegueira do poder que embriaga, que fez com que o protagonista aparentemente ignorasse que os atos que cometeu poderiam trazer consequências seríssimas e inesperadas. E que são, com a abordagem do aspecto humano, o ponto forte do filme, cuja linha de abordagem constitui mérito do diretor – que evitou os caminhos fáceis e conhecidos como ocorrem em vários outros filmes -, mas também (e com maestria) de Robert de Niro, ao construir um personagem nada caricato e cuja definição, por mais chocante que seja (como impactante é o filme), acaba sendo a das reticências da última e eloquente cena do filme. 8,5