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CAROL

carol-2015Todd Haynes dirigiu, entre outros, o filme Longe do paraíso (uma audácia, com Julianne Moore). Sendo assim, a temática deste seu novo filme não é surpresa. Nem o tempo em que se passa (pós II Guerra), nem o cuidado visual, sonoro e a rigorosa reconstituição de época. E tudo é valorizado em dobro, desta vez pela atuação de Cate Blanchett – uma das minhas atrizes preferidas – e de Rooney Mara, ambas indicadas ao Globo de Ouro 2015/2016 na categoria de Melhor Atriz. Também há, neste caso, indicações para Diretor e Filme. A temática é realmente ousada para a época, anos 50, e o diretor trata o tema com a sensibilidade, inteligência e sofisticação adequadas, de modo que nos faz sempre ver pessoas e não sexos. A respeito, um personagem a certa altura diz: “não sabemos por que somos atraídos por alguém, apenas sabemos é que somos… é pura física”. Entretanto, ao contrário do …paraíso, aqui não existe o choque pelo repentino despencar do mundo perfeito. Embora de certo modo marginal, é uma história simplesmente sendo contada, sem precipitações e com muita delicadeza. Com poucos desdobramentos surpreendentes (o do motel realmente é imprevisível), o filme tem de sobra harmonia e qualidade, confirmando esse talento do diretor e de seu elenco, principalmente de Cate, que independentemente do papel ao qual se entrega, possui uma elegância inata inquestionável, ao interpretar qualquer personagem. O filme fecha com a mesma sutileza e elegância com que foi conduzido desde o seu início.  7,8