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A DATILÓGRAFA (POPULAIRE)

a_datilografaDeliciosa comédia romântica francesa, dirigida em 2012 por Regis Roinsard, e que evoca comédias maravilhosas antigas americanas (Audrey Hepburn e outras). A história se passa em 1959 e reúne diversos clichês americanos, nem parecendo um filme francês (mas não atrapalham e – previsíveis – até são indissociáveis de filmes do gênero), dos quais se destaca a enorme capacidade/habilidade que o cinema ianque tem – e que os franceses aprenderam muito bem –, de transmitir para o espectador grandes emoções em momentos competitivos, seja envolvendo basquete, baseball, corrida e até um campeonato de xadrez: vibração, ufanismo, câmera lenta, música de fundo etc… Neste caso, porém, trata-se de uma competição absolutamente inusitada. Nesse sentido, ponto para a criatividade e boa ocasião para os mais antigos, como eu, lembrarem do famoso “A,S,D,F,G”. Aliás, todo o filme é bem cuidado, o que o torna uma diversão agradabilíssima: figurino, trilha sonora, fotografia (visual realmente fabuloso), perfeita reconstituição da época em que o emprego de secretária passou a ser muito requisitado em Paris e uma boa datilógrafa era indispensável para as empresas que desejavam se mostrar grandes ou crescer. Tudo é muito bem feito e os estereótipos estão, como já dito, a serviço da diversão, comandada por Romain Duris (Em Paris, Como arrasar um coração…) e Déborah François, protagonistas sem qualquer beleza especial, mas com muito talento para a comédia. E que fantástico momento também o do cha cha cha...! E no final das contas, mesmo mostrando respeito aos americanos (o show business fica muito claro no final), os franceses mostram e enaltecem seu valor, inclusive com a frase de um dos personagens: “EUA para os negócios, França para o amor”.  8,2